Estrias

Estrias são lesões semelhantes às cicatrizes, que ocorrem por distensão da derme.

O que são?

Estrias são lesões semelhantes às cicatrizes, que ocorrem por distensão da derme, levando à ruptura de fibras elásticas e colágenas que sustentam e dão elasticidade à pele. São mais frequentes entre mulheres, mas podem se manifestar também em homens. Seu surgimento é mais comum na adolescência, na gravidez e em fases de rápido ganho de peso.

As estrias também podem surgir devido a doenças pouco comuns, como síndrome de Cushing, síndrome de Marfan e síndrome de Ehlers-Danlos. Alguns medicamentos, como os corticoides, podem causar estrias como efeito colateral. Quando causadas por corticoides, as estrias são geralmente maiores, mais largas e ocorrem em maior quantidade. Tanto corticoides utilizados por via oral quanto os utilizados topicamente podem causar estrias, quando utilizados em altas doses ou em excesso. Por isso, o uso de corticoides tópicos, principalmente os mais potentes, não devem ser utilizados por longos períodos sem pausas.

Como se manifestam?

São lesões lineares, geralmente múltiplas, com extensão variável, e podem aparecer principalmente nas mamas, nádegas, abdômen, coxas e dorso. Logo que surgem, as estrias são rosadas, arroxeadas ou cor da pele, deprimidas ou discretamente elevadas. Na fase tardia, são brancas com espessura e largura variáveis, com um leve enrugamento devido ao surgimento de atrofia epidérmica.

Prevenção

Não é possível prevenir completamente o aparecimento das estrias, mas evitar perda ou ganho de peso rápido ajuda. O controle do peso durante a gestação também é importante, evitando ganhos em excesso, principalmente no último trimestre. Manter a pele hidratada e ter alimentação saudável também são hábitos benéficos para a manutenção da qualidade da pele, mantendo sua elasticidade.

Tratamento

Embora não desapareçam, em alguns casos, as estrias podem tornar-se quase imperceptíveis após alguns anos, pela própria capacidade natural de recuperação da pele. Quando surgem na adolescência, por exemplo, tendem a melhorar com o passar dos anos. Embora os tratamentos disponíveis possam apresentar ótimos resultados, especialmente se escolhidos e combinados por um dermatologista experiente, o desaparecimento completo das estrias é muito difícil. Muitos destes tratamentos têm restrições de uso a gestantes, por isso devem ser sempre acompanhados por um dermatologista. Conheça os principais procedimentos dermatológicos para tratamento de estrias e saiba como funcionam.

Medicamentos de uso tópico: são usados geralmente cremes com ácido retinóico, com ácido glicólico ou com vitamina C, sendo o ácido retinóico ou tretinoína o ativo mais utilizado. Os retinoides, derivados da vitamina A, têm capacidade de melhorar a queratinização e estimular a formação de colágeno, tornando as estrias menos evidentes. Devem ser usados apenas com prescrição médica e têm menor eficácia em estrias antigas. Este tratamento não deve ser feito em gestantes.

Peeling químico: a aplicação de ácidos causa uma esfoliação na pele que estimula sua recuperação. Pode trazer bons resultados, principalmente se combinado com métodos como microdermoabrasão e uso domiciliar de hidratantes com ácido retinóico. Os peelings que utilizam uma concentração de 20% de ácido tricloroacético (TCA, sigla em inglês) penetram mais profundamente na pele e por isso podem ser mais eficazes do que aqueles que usam substâncias mais fracas, como os alfa-hidroxiácidos e os beta-hidroxiácidos. Também podem ser utilizados em combinação com outros procedimentos para incremento nos resultados. É contraindicado na gravidez.

Lasers fracionados e luz intensa pulsada: são indicados tanto para estrias recentes quanto antigas. A energia térmica do laser fracionado promove um dano controlado na pele e assim estimula os fibroblastos na produção do colágeno. A “agressão” é suave e ajuda a renovação da pele da estria, melhorando aspecto e coloração. O tratamento não é recomendado durante a gestação e exige cuidados com a cor da pele, pois pode causar hiperpigmentação. A luz intensa pulsada melhora o eritema das estrias recentes e estimula a formação de colágeno.

Laser fracionado de CO2:  esse tratamento também funciona causando uma queimadura controlada na pele. A atração dos feixes de luz às moléculas de água aquece e a vaporiza nas células. Ao cicatrizar, estimula a produção de colágeno. O laser de CO2 fracionado permite um controle mais fino, mantendo a eficácia e melhorando a segurança do procedimento. Assim, é possível agir mais pontualmente, com menos agressão à pele e recuperação mais rápida. Oferece bons resultados nas estrias recentes, mas também ajuda a atenuar o aspecto das estrias antigas.

Radiofrequência microagulhada: é um tratamento que age por meio do aumento de temperatura do tecido alvo, através da aplicação da radiofrequência, associado à estimulação de colágeno pelo trauma das agulhas. Esse aquecimento causa um processo inflamatório controlado, com contração das fibras de colágeno e elastina, reduzindo as estrias. A resposta do corpo estimula a melhora da pele com aumento de colágeno.  Pode ser necessário o uso de creme anestésico para amenizar o desconforto. O tratamento pode ser feito em estrias recentes e antigas, ocorrendo melhora progressiva com as sucessivas aplicações.

Microdermoabrasão: também chamada peeling de cristais, é um peeling físico, ou seja, que remove a camada mais superficial da pele. São usados cristais que “lixam” a superfície cutânea, estimulando a renovação celular da epiderme e a produção de colágeno na derme. Pode ser indicada para estrias recentes e antigas. Geralmente é feita em conjunto com aplicação de peeling químico, absorvido com mais facilidade depois do procedimento.

Subcisão: trata-se de um procedimento cirúrgico no qual através de uma agulha com um bisturi muito delicado faz-se uma ruptura das traves de fibrose na derme, produzindo hematoma no local e estímulo à formação de colágeno pelo processo de cicatrização. É uma técnica um pouco mais invasiva, cujos resultados são mais visíveis após a completa recuperação, em 3-6 meses após o procedimento.

IPCA ou microagulhamento: o microagulhamento, também conhecido por Indução Percutânea de Colágeno por Agulhas (IPCA), é um procedimento dermatológico que faz microperfurações na pele para estimular o colágeno e aumentar a vasodilatação. As microagulhas de aço cirúrgico ou titânio podem estar dispostas em dermaroller (um rolo) ou em uma dermapen (caneta) e seu comprimento pode variar de 0,25 até 3 milímetros e ter diâmetro de até 0,8 milímetros. Alguns aparelhos permitem regular a profundidade das agulhas e associar técnicas como a radiofrequência (radiofrequência microagulhada). O tratamento é feito em consultório com anestesia local. Para melhores resultados, geralmente é associado a medicamentos e dermocosméticos aplicados na mesma sessão - procedimento chamado drug delivery.

 

Conteúdo atualizado em 23/04/2021

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